Brincar na Educação Infantil
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Artigo de Ivanise Meyer
Brincar, brincadeira, brinquedo e jogo. Serão sinônimos? Será a brincadeira apenas mais um "recurso didático"?
Com os avanços dos estudos sobre a infância em vários campos, como a Filosofia, História, Psicologia, Sociologia e Antropologia, é possível delinear nossos referenciais e orientar nossa prática cotidiana
entendendo que brincando se aprende a viver.
Brincar & Viver nasceu como uma proposta de trabalho porque os pais das crianças de minha turma entendiam o espaço da escola como um lugar "só" para brincar, como se brincar fosse algo destituído de significado e importância:
"O objetivo geral desta proposta é valorizar a brincadeira como forma de expressão que traduza a construção dos conhecimentos pela criança, vivenciada pela turma, em grupos ou individualmente. A diretriz é garantir um tempo/espaço para o brincar, garantindo à criança, cidadã produtora histórica e cultural, o direito à infância." (Meyer, 2003, p.43)
O brincar na escola se diferencia de casa, pois há uma intencionalidade planejada. Ao escolher quais brinquedos e jogos estarão disponíveis, revelamos nossa preocupação em propiciar que a criança ao brincar desenvolva o máximo das suas potencialidades. Lembremos que em uma Educação Infantil com função pedagógica, onde o educar e cuidar são as metas, o brincar deve evitar ser "excessivamente pedagogizado", pois o brincar precisa dar prazer e alegria à criança.
Brincar é uma linguagem, nossa primeira forma de cultura. Ao brincar, a criança brinca com a cultura. O que podemos oferecer à criança na Educação Infantil? Professores e pais podem propiciar boas experiências quando propõem brincadeiras:
- Brincadeiras tradicionais infantis: a função dessas brincadeiras é perpetuar a cultura infantil, desenvolver a convivência social e permitir o prazer de brincar. A escola pode e deve utilizar estas brincadeiras em seu planejamento. Temos a amarelinha, pião, parlendas, pipa, pular corda, entre outros exemplos.
- Brincadeiras de faz-de-conta: é simbólica, permite à criança criar símbolos, resignificando objetos e sua realidade. Temos a brincadeira com bonecos(as), de casinha. Várias situações podem ser propiciadas na escola e em casa com objetos do dia-a-dia.
- Brincadeiras de construção: têm estreita ligação com o faz-de-conta. Temos os blocos de madeira (ou EVA), de encaixe (tipo "lego"), materiais de sucata (caixas, rolos, barbantes, etc).
- Brinquedo educativo: recurso que ensina, desenvolve de forma prazeroza, como: quebra-cabeça, brinquedos de tabuleiro, dominó, jogo da memória, de encaixe, móbiles, boliche, carrinhos, parlendas, brincadeiras envolvendo músicas, danças, etc. O brinquedo educativo assume a função lúdica e educativa.
- Brincadeiras virtuais: esse é um campo atual, que invadiu nossas casas e escolas ("aulas de informática") que precisa ser compreendido pelos professores e pais. Muitos softwares com jogos infantis se baseiam em jogos tradicionais (exemplo: jogo da memória), a maioria tem função pedagógica, com poucas possibilidades para a criança "criar". A criança amplia suas habilidades manuais e visuais, até auditivas se o jogo permitir, mas como é um programa, todas as respostas são previsíveis. Devemos estar atentos à qualidade das experiências proporcionadas, ao tempo de utilização para evitar o desgaste nas articulaçõe e o ocular. Não há como impedir a utilização do computador ou dos jogos, mas precisamos conversar com nossos alunos e filhos que há outras experiências além dos jogos virtuais, como as brincadeiras já citadas anteriormente.
Ao brincar, com seus pares, com a turma e mesmo sozinha, a criança expressa seus sentimentos, emoções, pensamentos, desejos e necessidades.
Quais são os espaços do brincar? Os pais podem proporcionar estes momentos em casa, nos arredores, praças, parques, praia. Fazendo visita ao Jardim Zoológico, Jardim Botânico, museus, bibliotecas e outros espaços culturais, é possível encontrar programação para as crianças. Estes momentos devem ser de alegria, pois são essas boas recordações que ficam na memória afetiva...
A equipe da escola e creche deve pensar seus espaços do brincar, fazendo as adaptações necessárias, oferecendo boas oportunidades, segurança e acolhimento. O brincar deve ser o eixo central do planejamento. A escola deve proporcionar variados momentos, com formações diferentes, atendendo a todas as crianças. O adulto (a equipe escolar) é o mediador das relações estabelecidas entre as crianças, e delas com os objetos e/ou ambientes.
É a aprendizagem que promove o desenvolvimento, ou seja, a criança se desenvolve porque aprende. Por isso é importante planejarmos boas situações de brincadeira para as crianças.
Ao brincar a criança aprende, e assim, se desenvolve.
A Educação Infantil proporciona o brincar, garantindo aprendizagem, ampliando o desenvolvimento infantil.
" É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança
ou adulto fruem de sua liberdade de criação.
As brincadeiras servem de elo entre, por um lado,
a relação do indivíduo com a realidade interior,
e por outro lado, a relação do indivíduo
com a realidade externa ou compartilhada."
ou adulto fruem de sua liberdade de criação.
As brincadeiras servem de elo entre, por um lado,
a relação do indivíduo com a realidade interior,
e por outro lado, a relação do indivíduo
com a realidade externa ou compartilhada."
D. W. Winnicott
Organizado por Ivanise Meyer®
Brincar na Escola
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Para Lino de Macedo, o brincar aparece estruturado basicamente em três modalidades:
Jogo de exercício - movida pelo prazer, através da repetição, a criança tem como conseqüência a formação de hábitos, tornando-se fonte de significados, ou seja, de compreensão das ações. É a matriz da regularidade. Possibilita as assimilações que integram o homem ao meio. É a principal forma de aprendizagem no primeiro ano de vida. Possibilita que a criança conheça as coisas por si mesma. A estrutura do jogo de exercício faz parte fundamental das outras estruturas dos jogos. São a base do COMO das coisas.
Símbolo - caracteriza-se pelo fato de a criança considerar, "A" por "B", o conteúdo que assimilou através do jogo de exercício. A assimilação é deformante - a criança assimila como pode ou deseja. A criança se torna produtora de linguagens, criadora de convenções, firma vínculo entre as coisas e suas possíveis representações, possibilita a compreensão de convenções arbitrárias. São um prelúdio das futuras teorizações da criança. É a base do PORQUÊ das coisas.
Jogo de regra - Herda as características do jogo de exercício, pela regularidade das jogadas e do jogo simbólico, devido aos combinados arbitrários. Inaugura a assimilação recíproca por seu caráter coletivo, cuja regularidade é intencionalmente consentida, e pela busca de convenções em comum. Integra o COMO e o PORQUÊ das coisas.
Qualquer objeto colocado à disposição das crianças (brinquedos, jogos de construção, sucata, elementos da natureza, objetos do uso cotidiano do mundo adulto, tabuleiros, dados, etc.), permite que elas utilizem-no em uma ou mais dessas modalidades, ou seja, no jogo de exercício, simbólico ou regra, de acordo com suas capacidades, necessidades ou desejos.
Cabe aos profissionais de educação garantirem o espaço, o tempo e as condições para que as brincadeiras aconteçam na escola na sua essência e diversidade. A participação do educador deve orientar-se pela observação, registro e reflexão com objetivo de encontrar formas de intervenção que, mantendo a essência do brincar, tornem possível a construção de novas aprendizagens.
CAMARGO, Fatima. A importância do Brincar para o Desenvolvimento Infantil.
MACEDO, Lino de. A importância dos jogos de regras para a construção do conhecimento na
Movimento: Jogos para dias de chuva
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Jogos para dias de chuva
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Fonte bibliográfica (adaptação):
Educação Física no cotidiano escolar,
Solange Valadares e Rogéria Araújo, Editora Fapi.
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1. O QUE NÃO COMBINA?
♥ Formação: Na sala de aula, o professor fará uma rodinha, com os alunos sentados.
♥ Desenvolvimento: O professor conversa com as crianças e explica que falará quatro coisas para que elas descubram uma que não combina.
Exemplos:
- boneca, bola, botão, peteca.
- sapato, tênis, bota, sabão.
- violeta, margarida, batata, rosa.
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2. MEU ESPELHO
♥ Formação: em duplas.
♥ Desenvolvimento: O professor explica que uma das crianças será o espelho do outro (a que imitará os gestos), isto é, todo gesto que um fizer, seu par deverá imitá-lo. O professor dá um sinal de início para começar a brincadeira. Sugestão: use música instrumental com ritmos variados para deixar a brincadeira mais divertida. Depois, o professor pedirá para que as crianças troquem os papéis.
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3. PROCURAR OS PARCEIROS
♥ Formação: as crianças ficarão espalhadas na sala.
♥ Desenvolvimento: O professor seleciona diversas gravuras (colar em cartolina) e recorta-as de forma que formem vários quebra-cabeças. No verso das peças de cada um dos quebra-cabeças, o professor utiliza um sinal (ou número) para marcar; observando que cada quebra-cabeça deverá ter um sinal diferente. Misturar as peças e distribuir uma para cada criança. Ao dar um sinal, as crianças observarão o sinal atrás de sua peça e deverão procurar os colegas que possuem as peças com o mesmo sinal, agrupando-se em algum espaço pela sala. As crianças deverão montar o quebra-cabeça.
Sugestão: use música instrumental como "marcadora" do tempo da atividade.
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4. O BARQUINHO
♥ Formação: crianças em roda ou em seus lugares. Precisa de um barquinho de papel.
♥ Desenvolvimento: O professor explica a brincadeira que consiste em repetir uma frase completando-a de acordo com o combinado: - " Lá vai o barquinho carregado de ...". Exemplo: frutas, flores, animais, etc.
A criança que recebe o barquinho, repete a frase acrescentando no final a "carga" que foi combinada (de acordo com a categoria estabelecida) e passa para o colega ao lado. E assim, sucessivamente, passando o barquinho de criança para criança, até que se esgote o que levar no barquinho.
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5. O BARBANTE MALUCO
♥ Formação: duas equipes de crianças em fila. Dois rolos de barbante.
♥ Desenvolvimento: Explicar a brincadeira antes. Ao sinal do professor, a primeira criança de cada equipe, passará o barbante pela sua cintura, dando três voltas, e entregará o rolo ao colega de trás, que fará o mesmo, e assim por diante, até chegar à última criança da equipe.
Quando a última terminar, começará a deserolar o barbante da cintura, enrolando-o outra vez no rolo, e assim sucessivamente, até chegar de novo na primeira criança. Será vencedora a equipe que apresentar ao professor o rolo de barbante novamente enrolado.
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6. ADIVINHE O OBJETO
♥ Formação: As crianças em roda ou em seus lugares.
♥ Desenvolvimento: Uma das crianças fica do lado de fora da sala. O professor combina com as crianças qual OBJETO da sala que o colega deverá descobrir. Após combinarem, o professor pede à criança que volte e lhe diz que, após fazer perguntas aos colegas, deverá tentar descobrir qual foi o objeto escolhido pela turma.
Só poderão ser feitas perguntas como:
- Ele é grande ou pequeno?
- É pesado ou leve?
- Qual é sua cor?
- É de algum colega da sala?
- É comprido ou curto?
Depois das respostas, a criança poderá fazer três tentativas de acerto. Se conseguir acertar, poderá escolher seu substituto; caso contrário, deverá pagar uma prenda (fazer uma imitação, cantar, etc). A brincadeira é reiniciada com a escolha de outro objeto.
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7. BARRACA DE FRUTAS
♥ Formação: crianças à vontade na sala, sentadas, se possível em roda.
♥ Desenvolvimento: Cada criança receberá um número (prender na roupa de forma que todos possam ver o número). Uma criança inicia a brincadeira dizendo:
" - Vendo frutas e tenho 12 maçãs na minha barraca."
A criança que tem o número 12 levanta-se e responde:
" - Engana-se, senhor, há 9 maçãs (ou outro número) em sua barraca."
Será a vez da criança com o número 9 ficar de pé e repetir a frase, falando outro número.
E assim por diante, até que todas tenham participado. A última criança a falar deverá dizer:
"- Senhor, não há mais maçãs em sua barraca."
Os números não poderão ser repetidos. Por isso, as crianças deverão ficar atentas!!!
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8. O CHAPÉU DO MANOEL
♥ Formação: As crianças ficam sentadas em rado, no centro da roda fica o professor.
♥ Desenvolvimento: Explicar as regras antes do jogo. A criança não poderá rir e nem falar, somente negar, balançando a cabeça, e apontar para outro colega.
O professor diz às crianças:
"- O senhor Manoel perdeu seu chapéu. Ele disse que uma criança achou e escondeu em sua casa. O senhor Manoel não sabe quem foi, mas eu estou achando que foi (diz o nome de uma criança)", e aponta para a criança na rodinha.
A criança não poderá rir, nem falar, somente negar (balançando a cabeça) e aponta para outro colega. O colega, por sua vez, deverá ter a mesma reação, e assim por diante.
A primeira criança que rir, ou falar, ou demorar a responder com a cabeça, pagará uma prenda, ou esperará a próxima rodada.
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Mini Boca do Palhaço
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A partir dessa caixa, as crianças fizeram as suas em tamanho menor usando uma caixa de leite vazia como "base".
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Caixa de leite (lavada, seca e forrada com papel branco), cartolina para o rosto, olhos e chapéu, papel laminado (nariz), papel de bala (cabelos), crepom (gravata), flor de aplicação (no chapéu), lápis de cera para decorar a caixa (antes de colar o rosto), hidrocor para desenhar os detalhes do rosto, cola, tesoura e 3 tampinhas de refrigerante.
Como fazer (esse trabalho foi realizado em 2 dias):
1 - Encapar a caixa de leite com papel branco. As crianças podem decorar a caixa com lápis cera. Caso queira, pode-se pintar a caixa com tinta acrílica.
2 - A professora deve fazer o recorte da boca.
3 - Colar o rosto (eu já dei cortado) na caixa e deixar secar.
4 - Dobrar o papel de bala e colar como se fosse o cabelo na parte de cima do rosto. Colar o chapéu por cima. Enfeitar o chapéu com a flor de aplicação.
5 - As crianças recortaram os olhos e o nariz (já dei riscado na cartolina).
6 - Colagem dos olhos, nariz e gravata.
7 - Desenho dos detalhes do rosto com hidrocor.
8 - As tampinhas de refrigerante funcionaram como "bolas". Coloquei-as dentro de um saquinho de celofane e para guardar enquanto não se joga.
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" Bola na lata "
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♥ Como fazer:
a) Pintar as folhas com lápis cera.
b) Colar na lata e fazer o acabamento com a fita adesiva. As três latas estão prontas!
c) Bola: amassar bem a folha de jornal até formar uma "bola". Passar fita adesiva apertando bem. Se precisar use 2 folhas.
d) Colocar o jogo e a bola em um saco de celofane.
As crianças se divertiram com esse jogo!!!
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